Tirar uma fotografia por dia
Actualmente, tirar uma fotografia por dia é um conhecido desafio fotográfico praticado no Instagram.
Este projecto consiste em tirar uma fotografia todos os dias, durante 365 dias. A partilha nesta rede social é feita com a respectiva legenda/hashtag da contagem decrescente até ao último dia do projecto.
Claro que podem existir variações deste desafio. Por exemplo, eu optei por uma versão semanal deste desafio fotográfico com “A Vida Cá Em Casa” – que partilho no Instagram e no Facebook).
Fotografar todos os dias pode igualmente ser uma óptima forma de coleccionarmos fotografias dos nossos momentos familiares para, no final, fazermos um álbum anual com todos esses registos. Soa bem, não soa? 🙂
Um projeto fotográfico 365: do entusiasmo à desmotivação
No início do projeto estamos mais motivados e tudo parece fazer sentido. É fácil fotografar e fazermos uma boa variedade de fotografias em vários cenários.
À medida que os dias passam, começamos a ter alguma dificuldade em tirar fotografias que pareçam diferentes. Ficamos com uma sensação de que as fotografias e as ideias se esgotam. Quer pelos dias parecerem muito iguais – as mesmas rotinas/ horários, quer por desejarmos demasiado fotografar algo diferente.
Por experiência própria, creio que um projeto de fotografia como este é fantástico e desafiador. Porém, a ideia do compromisso diário e a procura por momentos “mais especiais” poderá criar momentos de desmotivação.
Por isso, resolvi partilhar estas dicas para que tires o máximo de proveito deste desafio e para que tenhas 365 motivos para sorrires no final. Vamos lá!
Dicas para fotografares todos os dias
Dica 1: Ter sempre a máquina fotográfica/ o telemóvel por perto. Se algo interessante estiver a acontecer, podes pegar rapidamente no equipamento e fotografar.
Dica 2: Tentar não sentir a obrigação de estar sempre a fotografar. A sensação de que “tens de fotografar” vai criar uma pressão enorme pela busca de momentos oportunos.
Neste tipo de projectos acabamos por ter de treinar a antecipação e a aprender a saber esperar, para melhor prevermos os momentos ideais para fotografar.
Devemos ir estudando e explorando várias formas e técnicas de fotografia. Vários ângulos diferentes no mesmo espaço, a melhor luz/altura do dia, os espaços onde acontece mais actividade e em que momentos. Para, por exemplo, sabermos quando usar o Modo Sequência (Burst Mode) por sabermos que os miúdos podem fazer determinada actividade/ter determinado comportamento naquele bocadinho e o podermos fotografar bastante. Basicamente, precisamos de ir treinando para que, quando o momento aconteça o consigamos antecipar mais facilmente, para o captar como gostaríamos e fazermos fotografias melhores.
Dica 3: O que fazer, quando o momento que procuramos não acontece? Podemos fazer uma lista de ideias de momentos que gostávamos de colecionar. (Aquela expressão que ele faz quando está a desenhar, o beicinho que faz quando o mandamos arrumar os brinquedos ou o seu olhar embalado ao beber o biberão da noite).
Assim, só temos de esperar que os momentos aconteçam naturalmente, prevendo que eles poderão acontecer e tentarmos captá-los. Sem pressão!
Pode não ser à primeira, nem à segunda, nem à terceira… mas certamente irão acontecer!
(O meu filho faz determinadas coisas que eu gostava de registar “para o futuro”. Por exemplo, à refeição há determinados gestos e expressões, tais como: pôr a cabeça no prato, imitar o nosso cão a comer, sujar-se todo e esfregar as mãos na cara, pedir-nos para limpar as mãos.
Pequenas coisas que são muito próprias dele e que gostava de eternizar em fotografia. Algumas já consegui registar, mas outras vou esperar que as situações aconteçam para as poder fotografar.)
Dica 4: Usar a fotografia “não-assistida”. Esta é uma dica muito boa, pois permite incluir-nos também na fotografia – algo difícil quando somos sempre nós a fotografar! Para isso precisamos de usar o intervalómetro da máquina, ou a ferramenta timelapse, de forma a que a máquina fotografe sozinha de x em x segundos durante determinado tempo.
Para isso, colocamos a máquina num sítio estratégico (com ou sem um tripé), apontada para a zona onde irá decorrer a acção. Por exemplo: a mesinha da sala onde vamos brincar com os miúdos, a cama onde os vamos vestir depois do banho…).
Depois de posicionarmos a máquina e a direccionarmos para onde queremos, só temos de a configurar para ir fotografando com alguma frequência. (De 2 em 2 segundos, durante 3 minutos, por exemplo). Deste modo, no final do intervalo de tempo que definimos podemos ver o resultado das várias fotografias tiradas que a máquina captou. É uma forma muito fácil e prática de obtermos fotografias naturais do que vai acontecendo – podendo fazer parte desses momentos!
Dica 5: Não ter medo das “fotografias repetidas”. Já captámos aquele momento e parece que a fotografia é “repetida”. “So what?”. Esta até é uma forma de vermos a evolução dos nossos filhos e se vão mantendo as suas expressões e comportamentos.
(Fotografo muitas vezes o F. a pintar, a fazer desenhos e a brincar na sua mesinha. Porém, tento ir mudando o ângulo/composição de onde vou fotografando para obter composições diferentes – visto de cima, de um lado ou do outro, mais ao nível dos olhos dele, mais ao longe apanhando todo aquele cantinho.)
Assim, as fotografias podem ser semelhantes apenas por registarem o mesmo momento mas de formas diferentes ao longo do tempo.
Dica 6: Aceitar que nem todas as fotografias vão ser “grandes registos”. Nem todas as fotografias vão ficar espetaculares, tal como nem todos os dias são fantásticos. Mas, todos eles são importantes e todas as tuas fotografias registam fielmente o tempo a passar.
Dica 7: “Ups, falhei um dia!”. É possível que nos esqueçamos ou que não fotografemos um dia ou outro. Mas que não seja isso que nos faça desanimar ou pensar que afinal não conseguimos. Simplesmente acontece!
Desde que comecei o projecto “A vida cá em casa” já houve um dia ou outro em que falhei, em que nem peguei no telemóvel ou na máquina para fotografar – porque estava mal disposta, cansada, muito grávida…!
Porém, se algum dia fizer um livro/álbum com estas fotos, posso até contar que nesse dia estava “assim”, e e foi por esse motivo que não fotografei – o que acaba também por fazer parte da história.
Estas são algumas sugestões que resolvi partilhar contigo para te ajudar a fotografares todos os dias.
Tens alguma dica para adicionar a esta lista? Partilha nos comentários! 😉