Com estes dias de confinamento a parecerem tão iguais uns aos outros, vamo-nos esquecendo de que o tempo vai passando e que os miúdos vão crescendo.
Apesar de serem dias em que a vida parece estar de pernas para o ar, podemos aproveitar o facto de estarmos mais por casa para fotografarmos os mais pequenos.
Neste vídeo mostro-te como fotografo o meu filho usando apenas o smartphone.
E aqui seguem mais algumas sugestões e dicas para fotografares os miúdos em casa:
Risos e sorrisos genuínos
Gostamos sempre daquelas fotografias em que apanhamos estrategicamente alguém a sorrir. No entanto, quando tentamos fazer o mesmo com os nossos filhos, com tanta agitação, acabamos por lhes pedir para sorrirem…e ficamos com fotografias com um sorriso forçado e aquela expressão “está bem mas despacha-te que eu quero brincar”, não é?
Um truque que uso muitas vezes durante as minhas sessões é: fazer do momento uma espécie de jogo. Por exemplo, “jogar ao sério” (quem se rir primeiro, perde). O que é mais tentador para uma criança do que lhe dizerem que tem de ficar séria? É certo que, mais tarde ou mais cedo, não vai aguentar e vai soltar uma gargalhada!
Outro truque é pedir que as crianças pensem numa careta feia para nos mostrar só quando nós dissermos. Agora aproveita para disparar durante a contagem decrescente. (As expressões “de preparação” para a careta vão ser deliciosas!). Três, dois, um… uma careta feia! – que, muito provavelmente, vai terminar numa grande gargalhada.
A luz da janela
Descobre os locais da casa que tenham uma luz suave e direcional. Para se conseguir encontrar essa luz devemos colocar o fotografado junto a uma janela onde o sol não bata directamente, ou sob a agradável luz branca de um dia nublado – óptima para fotografar.
Uma luz difusa e natural permite definir com suavidade os traços do rosto e as texturas. Experimenta colocar o fotografado sob várias direções de luz, (vinda de lado, de frente), e vai percebendo como a direcção da luz influencia a fotografia que estás a tirar.
Outras perspectivas
Em vez de fotografares os mais pequenos do teu ângulo, experimenta pores-te à altura deles. Senta-te ou deita-te ao pé deles e fotografa-os à sua altura, ou até de um ângulo mais baixo. Desta forma, os brinquedos e todo o ambiente envolvente ficarão mais interessantes. Momentos como gatinhar, os primeiros passos, ou simplesmente sentados a brincar são tão bons para experimentares esta sugestão.
Fotografar a partir de um ângulo mais baixo para cima permite uma perspectiva de que a criança é mais pequena do que tudo à sua volta.
Fotografar de cima para baixo pode resultar em fotografias curiosas: com bebés pequeninos que gostam de estar de barriga para cima, ou com os miúdos a brincarem no chão e a olharem para cima, para nós.
Horizontes e linhas direitas
Este é um pormenor ao qual que nem sempre temos atenção e que só damos conta depois de fotografar. As fotografias em que o fundo tem linhas direitas (verticais ou horizontais – pela presença de janelas/portas/mobília), devem manter essa orientação, porque o nosso instinto imediato nos faz rodar ligeiramente a cabeça para “corrigir” essa inclinação.
Uma posição correcta quando seguramos a máquina/ o telemóvel e termos em conta as linhas presentes no nosso campo de visão permitem que esta rotação não aconteça tantas vezes.
Porém, existem excepções. Muitas vezes o dinamismo provocado pela inclinação das linhas do fundo pode dar mais energia à fotografia e não haver motivo algum para qualquer correção.
Compor “molduras naturais” em casa
Na composição de uma fotografia gosto muito de usar elementos que possam servir como molduras naturais.
Com a criança/pais focados como elementos principais, os elementos do próprio ambiente, (portas, móveis e decoração), mais próximos de quem fotografa e à volta de quem fotografa, ficam desfocados. Isto permite captar imagens como se estivéssemos a espreitar por entre os elementos do espaço, formando uma moldura natural, o que torna a imagem mais envolvente.
Boas fotografias!
Queres receber dicas como estas sobre fotografia e informações sobre o meu trabalho?
Subscreve a newsletter e tem acesso em primeira mão a conteúdos exclusivos.