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Um balanço

Tinha planeado escrever um post deste género logo no início deste mês. Mas 2016 surgiu triste e difícil, e foi preciso fazer uma pausa para poder estar a 100% onde era preciso.

Janeiro é sempre um mês importante para mim. É o início de um novo ano, cheio de resoluções e planos, é o mês do meu aniversário e, por isso, fazer o tal balanço do ano é inevitável. No entanto, o que vou fazer não é um balanço do ano de 2015, mas sim dos últimos anos, desde que comecei a fotografar famílias. Tem sido uma experiência incrível e queria partilhar com todos o que acompanham o meu trabalho um pouco de como tem sido vivê-la e também reconhecer aqueles que mais me têm ajudado. Estes últimos dias também me fizeram rever a importância de poder partilhar estas coisas boas com quem mais gostamos quando podemos, e esta é também uma maneira de o fazer. Vai ser um texto longo, por isso, aguentem aí!

Em Dezembro, fez dois anos que terminei o doutoramento. Nessa altura, já fotografava famílias há mais de dois anos e a decisão de tentar fazer disso a minha profissão foi natural. O objectivo, na altura (que hoje continua a ser), era o de tornar a fotografia de recém-nascidos e famílias numa actividade sustentável a longo prazo. Queria crescer sem pressa, oferecer às famílias que ia fotografando imagens das quais me orgulhasse, e oferecer-lhes a melhor experiência possível . Estava ciente de que ia ser um processo longo (e está a ser), não só porque eu estava muito no início, mas também porque este tipo de fotografia não era, de todo, uma actividade bem estabelecida em Portugal. É, na verdade, algo muito recente que estava e ainda está a crescer.

Durante este tempo tenho experimentado muita coisa. Frequentei workshops, fiz diversas iniciativas de marketing, experimentei preços e produtos diferentes, construí o site, conheci e fotografei muitas famílias… Também falhei redondamente em muito do que fiz, mas é incrível o que tenho aprendido. Arrisco-me mesmo a dizer que aprendi mais e melhor estes anos, do que enquanto tirava o meu curso, mestrado e doutoramento…

E também percebi que este é um processo que não pára. Para além das tarefas mais óbvias como fotografar, praticar, editar, contactar com as famílias, etc, há sempre o blog para actualizar, o portfolio para renovar, a newsletter para enviar, o material gráfico para redesenhar, novas iniciativas de marketing para pensar, produtos para experimentar (sim, estas são algumas das coisas que tenho para fazer nos próximos meses)… e este ciclo é constante! Mas sabem de uma coisa? Estou a gostar muito de fazer isso tudo. Nunca pensei que um dia estivesse a fazer algo deste género, relacionado com a criatividade. Sempre fui muito mais ligada as matemáticas e às ciências. Quando chegou a altura de escolher o meu curso (tirei engenharia física), não tive dúvidas nenhumas. Quem diria, não é? Mas a verdade é que também há algo de muito sistemático na maneira de gerir tudo isto, e esse meu lado mais prático está a dar muito jeito.

Nestes últimos 2-3 meses, pela primeira vez, sinto que estou finalmente a colher os frutos de todo esse trabalho. Nesta “época baixa”, trabalho não falta (queria ter mais? Sim, sem dúvida! Mas hei-de lá chegar). No entanto, comparando com anos anteriores, em que chegava a Março/Abril e eu começava a duvidar de tudo, este ano está a ser bem diferente. Tudo flui com mais naturalidade, há cada vez mais famílias a procurar o meu trabalho, não só em Aveiro, mas um pouco por todo o país. E as que me contratam, adoram toda a experiência. Há ainda muito por fazer (com disse atrás, isto não pára), mas tenho um orgulho imenso no que estou a construir e espero poder fazer isto durante muitos muitos anos.

Com este post, pode ficar aqui a ideia errada de que estou a fazer tudo isto sozinha, o que não podia estar mais longe da realidade. Na verdade tenho tido imensa ajuda para poder fazer o que estou a fazer. Sei e reconheço que, nesse aspecto, tenho tido muita sorte. Quando penso naquilo que tem contribuído mais e o que tem tido um papel fundamental em tudo isto, penso em três coisas que, sem as quais não teria tido qualquer hipótese.

O primeiro é, sem dúvida, o apoio que tenho tido da minha família. Os meus pais são os meus maiores fãs e se eles não tivessem alinhado em me ajudar (não só no apoio moral, mas também financeiro) tudo seria muito mais difícil, se não impossível. Eles sabem quando tenho sessões, perguntam se há novidades, se há mais emails, reuniões, etc, e ficam tão felizes quanto eu quando coisas boas acontecem. Há algo melhor que isso?

O segundo é o facto de poder trabalhar num espaço partilhado com pessoas como o Pedro, a Marina e a Teresa. Temos um espaço mesmo à nossa medida, onde podemos receber os nossos clientes e ter o espaço de cada um. Construímos um ambiente espectacular entre todos, em que nos respeitamos, ajudamo-nos uns aos outros e ficamos felizes com o sucesso de cada um. Com o Pedro e a Marina, também fotógrafos (com um trabalho extraordinário e, uau!, como eles cresceram nestes anos) que também estão a construir o seu próprio caminho na fotografia, acabamos por nos ajudar imenso, seja numa simples troca de ideias e opiniões, nos desabafos quando as coisas não correm tão bem ou até numa daquelas muito necessitadas saídas para fotografar. A Teresa, “dona do nosso pedaço”, psicóloga, que coincidências das coincidências já nos tínhamos cruzado uma ou outra vez na nossa infância (estamos constantemente a descobrir elos em comum), completa o nosso cantinho com as conversas entre consultas que animam sempre o nosso dia, as tainadas com um vinhinho à mistura e a sua inseparável Miga (a cadela mais sossegadinha e obediente que conheço). Pode parecer pouco, mas para mim, trabalhar neste ambiente positivo e de genuína entre-ajuda revelou-se fundamental.

O terceiro factor que queria aqui mencionar é aquilo a que muitas vezes chamo de “a minha escola”, que é o creativeLIVE. O creativeLIVE é um projecto que acompanho desde o início e que me abriu os olhos e me deu grande parte do conhecimento para poder embarcar nesta aventura. Basicamente, o creativeLIVE oferece workshops que são transmitidos em directo para quem quiser assistir. Um dos primeiros workshop que assisti, há mais de 5 anos, foi dedicado à fotografia de crianças, com a Tamara Lackey, em que foi abordado tudo o que envolve gerir um negócio destes. Foi mais ou menos nessa altura que se deu o click e que comecei a pensar que isto seria algo que adoraria fazer e que, às tantas, até seria capaz de o fazer bem. E quanto mais pensava no assunto, mais sentido fazia. Isto foi há mais de 5 anos! (Entretanto também já tive o privilégio de frequentar pessoalmente um workshop com ela, o que até se verificou ter sido um ponto de viragem no meu trabalho.) Para mim, o creativeLIVE continua ser uma fantástica fonte de conhecimento no que diz respeito a tudo o que é criatividade. Já tenho comprado alguns workshops de vários fotógrafos que me inspiram e sempre que posso lá vou espreitar as novidades.

Este ano que agora começa, e no que à fotografia diz respeito, o plano é continuar a trabalhar com a mesma vontade e fotografar mais bebés, crianças e famílias felizes. A aprendizagem continua e já no próximo mês estarei uns dias fora para participar num encontro de fotógrafos de todo o mundo com o qual estou muito entusiasmada. Vão lá estar algumas das minhas referências e eu ainda nem acredito bem que também vou lá estar.

Por aqui, no blog, podem contar com mais imagens bonitas; também irei regressar com as dicas de fotografia (já lá vão mais de 2 anos desde que publiquei a última) e outras coisas mais.

E, porque este post já vai longo (desculpem qualquer coisa), fico por aqui. Queria apenas vos transmitir um pouco do que têm sido estes anos a fazer algo que gosto muito. Obrigada por terem estado sempre aí e espero que continuem a passar por aqui e a seguir o meu trabalho!

10 comentários em “Um balanço”

  1. Não te imaginava a escrever tanto!!!
    Quando se fala do que se gosta parece que todas as palavras que usamos são poucas, não é?
    Parabéns por seres genuína e pelo teu magnífico trabalho!!!
    Beijinhos

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  2. Oh tão bom! É um gosto ver-te crescer, acompanhar os teus sucessos e animar-te nos dias mais cinzentos. Estamos cá para nos apoiar e é tão mais fácil quando nos ajudamos todos! Um beijinho grande!

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  3. Não te conheço, mas conheço bem os teus pais de quem sou muito amigo, nomeadamente do teu pai com quem vivi na mesma República, em Coimbra. Gostei muito do teu texto – peço desculpa de te tratar por tu, mas julgo que não será muito desadequado – por revelar uma elevada maturidade profissional. É muito bom gostar daquilo que se faz e no teu caso isso é evidente. Obrigado por partilhares estas tuas reflexões.

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    • Sei muito bem quem és através dos meus pais (já agora também vou te tratar por tu). Já sei que vais seguindo o que vou fazendo e fico muito feliz por isso!
      Muito obrigada pelas tuas palavras!

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  4. Oh que bom e emocionante post…fico agradavelmente surpreendida por ver a minha amiga a construir um caminho de sucesso…

    Um beijinho

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